Há vários tipos de vazios. Há aquele vazio no
estômago, que chamamos de fome. Há o vazio da conta bancária, que chamamos de
pobreza. Há o vazio de amigos, que chamamos de solidão. Mas o pior vazio é o da
alma. É uma mistura de tudo. Solidão porque se sente saudade de quem amamos e
que nenhuma pessoa será capaz de preencher. Pobreza, às vezes de espírito, às
vezes de atitudes, muitas vezes conhecida como inércia ou covardia.
Estado de choque. Como a vida passou tão rápido?
Como tudo desmoronou sem que percebêssemos o alerta? Como o vazio tomou tão
grandes proporções a ponto de ter vida própria e nos levar a um buraco negro?
Como não percebemos que nossos erros e o vazio andam de mãos dadas?
E a fome... Esse vazio que te lembra de que um
dia existiu fome de viver, de voltar no tempo, de fazer diferente. Fome de
dizer a verdade - e não verdades. Fome de acertar.
O vazio também pode ser bom. Medita-se para
alcançar o vazio de pensamentos, para que a alma se preencha. Engraçado, eu
diria até contraditório, mas é isso mesmo. É preciso esvaziar-se para
preencher-se.
Pensamentos demais atrapalham, fazem a gente ter
atitudes que não queremos, dizer o que não planejamos, magoar quem amamos, faz
o vazio aumentar. Meditar é esvaziar-se de tudo o que pode afetar seu equilíbrio
e dessa forma, conseguir sentir-se pleno, preenchido, mesmo que o vazio insista
em ficar.
Hoje preciso meditar mais e pensar menos. Sentir
os vazios sem medo. Meditar acalma o coração, traz respostas que nem
esperávamos, faz a gente enxergar o que estava errado. Meditar alivia a dor.
O tempo anda tão corrido, tão cheio de coisas e
ao mesmo tempo o vazio vai crescendo. Tomam proporções incontroláveis.
Como nos afastamos das pessoas que amamos? Como
alimentamos esse vazio sem percebermos? Como desrespeitamos o nosso semelhante,
que amamos tanto? Como um vazio pode ser tão prejudicial a ponto de ser a única
coisa que nos resta? Como?
Hoje sinto um vazio enorme no peito e, por isso,
vou meditar, para quem sabe preencher novamente minha alma com um sentimento
que o vazio roubou de mim, o amor.
Daniele Van-Lume Simões 23/11/2016
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