Ultimamente, tenho andado pesada, polêmica. Também, pudera, é política, é desemprego, é notícia ruim todo dia e todo instante na internet e na TV, é ataque terrorista, é cansaço misturado com desesperança, é gente passando a perna na gente, é uma certa melancolia e tristeza. É tanta coisa que mina com o sentimento pleno e de completude da felicidade, que acho que nos condicionamos a achar normal não ter alegrias. Ou até tê-las, mas não nos permitirmos senti-las, vivencia-las.
Vivo falando que a
vida é simples - e é mesmo. Estava pensando sobre isso enquanto enchia uma
garrafa de água na cozinha para aplacar o calor do Planalto Central, e uma
minúscula borboleta pousou na minha janela. Pequena, em toda sua delicadeza e
leveza, sem fazer barulho, pousou perto de mim. Sorri. Pensei que aquela borboletinha
tão delicada em sua essência já foi uma lagarta, provavelmente não muito
atraente. Às vezes precisamos passar pelo difícil para sermos recompensados. Às
vezes é preciso rastejar primeiro para poder voar. Assim é a vida. Com a
borboleta, comigo, com você.
Pensei que preciso
ter mais paciência com as coisas e as pessoas, preciso ter resiliência para
todas as fases de lagarta que vou passar na vida para conseguir voar todos os
voos que mereço. Preciso ter fé e sobretudo equilíbrio. O mundo anda de cabeça para
baixo, mas eu não posso estar.
Eu quero voar com
toda elegância que aquela borboletinha voou e para isso, é preciso superar a
fase de lagarta. Dar tempo ao tempo. E quando vi, a garrafa já estava cheia.
Saúde!
Daniele Van-Lume Simões 23 de abril de 2017
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