quarta-feira, 26 de abril de 2017

Tempo, mano velho


Ontem assisti a um dos meus programas prediletos, por incrível que pareça na TV aberta, o MasterChef Brasil, que me deu uma profunda lição sobre a importância do tempo.
Não porque fui dormir quase 2h da manhã e hoje estou caindo de sono, não. Mas sim porque este danado é implacável com todos. O eliminado da noite não foi embora por causa da qualidade da sua comida, nem porque trocou o sal por açúcar ou mandou algum jurado para aquele lugar e sim porque não respeitou o senhor dos senhores: o tempo.
Este sim reina absoluto entre nós, mesmo já tendo sido provado que ele é relativo. Sabe aqueles 15 minutos de atraso clássico do brasileiro, que você, que eu, costumamos usufruir sem dor na consciência? Pois é, é péssimo. Em locais onde a educação é a regra, não a exceção, e que todos se respeitam minimamente isso não existe. Veja a Suíça, a Dinamarca, a Inglaterra. Ninguém faz você perder seu tempo esperando por alguém, pois ele é respeitado, valorizado. São 15 minutos que você poderia ter gasto dormindo, fazendo meditação, tomando café da manhã com a família, lendo uma crônica como esta. Não esperando, não refém de uma pessoa que se acha no direito de usurpar seu precioso tempo. Ele não volta. Cada minuto perdido é minuto gasto.
O participante do MasterChef foi eliminado porque não usou seu tempo adequadamente, porque não conseguiu executar dois pratos e entregou somente um, mesmo os dois sendo iguais. Aí você pensa: “Injusto isso, a comida dele estava melhor”. Não senhor, não é injusto. Todos os outros participantes entregaram os dois pratos, respeitaram o tempo, os convidados, as regras. Não ter respeito pelo tempo alheio é algo muito grave e que só ontem percebi como fui egoísta quando fiz os outros perderem seu tempo por minha causa.
Tão importante quanto a quantidade de tempo gasto com alguma coisa ou alguém, é a qualidade dele. O que você faz do seu tempo disponível? Como você trabalha? Como você usa as horas de folga, quando não há compromissos? Você faz o que realmente quer?
Que a vida é curta, que o tempo, além de relativo, não volta, todo mundo sabe. Só precisamos aprender a respeitá-lo. Quem sabe assim, conseguiremos, de fato, também respeitar as pessoas antes que seja tarde. Game over.


Daniele Van-Lume Simões  26 de abril de 2017

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