Faz tempo que não escrevo. Escrever é sazonal. Não acredito em
escritores que têm inspiração constante com qualidade. É preciso de tempo para
oxigenar as ideias, descobrir novas palavras e emoções, e principalmente, dar
um tempo de se mostrar.
Para que um texto venha,
é preciso cobrir-se às vezes, observar mais do que expor, calar mais do que
falar, sentir mais do que pensar.
Hoje, depois de um
tempo afastada, senti necessidade de colocar em meus dedos as minhas ideias. E
cá estou eu, em um domingo de manhã ensolarada, escrevendo... Descobrindo-me.
E cada descoberta é
um assombro. Como não pensei nisso antes? A graça da vida está em assombrar-se
com as possibilidades.
Escrever crônicas não
é racional. É emocional. Deixe as racionalidades para teses e artigos acadêmicos.
Aqui, tento colocar
em palavras aquele espaço compreendido entre o que penso e o que sinto. Um
espaço sem nome, mas de tanto significado. De tantas conexões com os leitores.
Eles sabem de que espaço estou falando...
Um brinde às crônicas por preencher estes espaços, quando vazios,
e por fazer das reflexões cotidianas algo profundo e assombroso.
Daniele Van-Lume
Simões 24 de setembro de 2017
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