Esse ano mal começou e já está
uma correria danada. Sinto-me em dezembro. Mudanças de endereço, de vida, de
perspectivas e de sonhos. Muita coisa para resolver e pouco tempo para ajudar.
Tudo isso junto com trabalho, muito trabalho.
Mas ao contrário do que parece,
não estou me queixando, não. A vida, às vezes, dá uma sacudida na gente,
atropela tudo, invade tudo, como um tsunami de fatos que exige uma resposta
quase imediata. Não dá pra pensar. Só é exigida atitude. E firmeza. Não volte
atrás, ou se afogará.
Nem sempre as coisas saem como
queremos e precisamos nos adaptar. Precisamos ter planejamento. E uma das
coisas mais difíceis para o ser humano é planejar. Achamos que planejamos, mas
qual o quê! Até planejamos e temos tudo detalhado na nossa mente e nas nossas
agendas, mas vem uma doença, uma viagem inesperada, uma notícia boa, um novo
trabalho, uma mudança de casa, uma conta para pagar que não tínhamos previsto,
ou até mesmo, uma grata surpresa. E nosso planejamento vai todo para o beleléu.
Tudo isso, bom ou ruim, nos tira
de tempo e nos lembra o quanto somos limitados. Isso mesmo, limitados. Tudo tem
limite e é verdade. Nosso tempo, nossa paciência, nosso poder de influenciar os
fatos ou as pessoas, nossa saúde, nosso cansaço, nosso corpo. Até nossa
inteligência. Vai ter uma hora que ela vai estagnar e vamos morrer. Acabou-se e
fim. Limite da vida.
Mas, se por um lado parece
trágico o limite que temos, por outro pode ser consolador. A maturidade está em
saber o quanto de energia vale a pena gastar em um projeto de vida ou de
trabalho, sem que seu limite seja forçado e a energia desperdiçada. O quanto de
energia vale a pena gastar, se nosso planejamento é cheio de furos totalmente
imprevisíveis - e se, por acaso, não sair como planejamos, o quanto de energia
devemos gastar recuperando o fôlego e tentando novamente ou simplesmente
virando a página. Move on.
Essa semana é uma dessas semanas,
decisivas, intensas, de mudanças, de energia empenhada, de testar os limites,
mas principalmente de atitudes - porque de planejamento, minha agenda de 2017
(e de vários outros anos mais) já está cheia.
Daniele Van-Lume Simões
16/01/17
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