terça-feira, 11 de julho de 2017

Superação


Sempre admirei a capacidade que o ser humano tem de se reinventar. Seja em momentos de crise, seja em momentos de inspiração, todos nós temos esse poder interno, mas poucos são os que o conhecem e fazem uso dele.
Uma pessoa que sempre me vem à mente quando o tema é superação é o premiado pesquisador Stephen Hawking. Ele desenvolveu uma doença autoimune chamada de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), que limita os movimentos da musculatura estriada esquelética e vive em uma cadeira de rodas. Não consegue falar, comer ou até mesmo respirar sem auxílio mecânico.
Hoje, ele que poderia estar vivendo uma vida quase vegetativa, escolheu não se acomodar. Foi professor de matemática da Universidade de Cambridge durante 30 anos, ocupando a cadeira que foi de Isaac Newton e atualmente é pesquisador de renomadas comunidades científicas europeias.
Quem assistiu ao filme chamado “A teoria de tudo”, que falava sobre a vida de Hawking, teve uma pequena noção de quantas vezes ele precisou se superar. Seja no casamento, seja fisicamente, seja academicamente. Quantas vezes as pessoas não acreditavam na capacidade dele e ele foi lá e provou que conseguia. A maior limitação que alguém pode ter não é a física, é a emocional. Pois é a partir do controle emocional que conseguimos desenvolver habilidades intelectuais.
Na vida, estudamos e recebemos vários diplomas: graduação, mestrado, doutorado, mas pouco ou quase nada é falado sobre a importância de manter sob controle suas emoções, especialmente as negativas, especialmente o medo. Este último paralisa até mesmo quem tem um corpo "perfeito". Não há diploma de controle emocional nem de domínio do medo, mas são essas atitudes que fazem alguém ir mais longe do que acreditava que iria. É controlando o seu medo que faz com que seu corpo reaja e sua mente consiga raciocinar e produzir.
Stephen conseguiu dominar o medo e o mundo. Deixou cientistas embasbacados com tamanha complexidade de suas teorias e que são explicadas de uma forma razoavelmente simples em seus livros – é o dom do magistério. Cientista nato. Brilhante.
Olho para o exemplo de Hawking de um lado e do outro vejo pessoas que não conseguem dar um passo à frente, mesmo com duas pernas saudáveis. Ao contrário, vivem andando para trás e se auto sabotando. Repetindo para si mesmas que não conseguem. Vejo pessoas que se julgam incapazes de crescer e progredir porque se acham feias, ou porque são gordas, ou porque não tiveram estudo ou dinheiro. Transferem seus medos para características físicas ou sociais.
Claro que ter acesso a estudo de qualidade e ter dinheiro são facilitadores para atingir seus objetivos, mas não é imperativo. Tem gente que tem tudo isso e fracassa. Tudo depende da forma que controlamos nossos medos e o nosso crescimento é proporcional à nossa ousadia em arriscar. Ousadia não é sinônimo de irresponsabilidade – isso é o que te disseram para te manterem sob controle.
Ao controlar nossos medos, ficamos fortalecidos para não nos deixarmos abater pela crítica alheia nem por nossas imaginárias limitações. Ao controlar nossos os medos, conseguimos ir mais longe do que jamais imaginamos ser possível. Não deixe que te façam acreditar que você é incapaz de algo, tampouco auto sabote-se.
A maior e mais poderosa ferramenta que existe é o cérebro. Não é indicação profissional ou política, não é quem você conhece, não é quanto dinheiro você tem na conta. Claro que tudo o que citei é facilitador para o sucesso, mas não é o motivo dele. Estude, especialize-se, acredite em suas ideias, lute pelos seus sonhos e principalmente, não se imponha limites! A pior limitação é aquela que acreditamos ter. Supere-a. Viva a vida que você acredita que merece. Não é fácil, mas é totalmente libertador.

Daniele Van-Lume Simões            11 de julho de 2017



Um comentário:

  1. Dani, Stephen me inspira. Li (tentei) o livro Buracos negros dele..e me perguntei? Porque uma pessoa tão brilhante precisa passar por uma doença tão cruel? Em seguida penso: Tão desafiado pela vida e tão determinado a vencê-la. É disso que estou falando... Renata

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