Nunca fui de muitos abraços.
Talvez por ser filha única e não ter tido irmãos para abraçar, nem que esses
abraços fossem "brigando". Ou talvez por causa dos genes holandeses:
distantes, frios e calculistas - haha. Ou uma explicação mais lógica, por causa
da educação rígida ou séria dos meus pais, em que abraçar significa demonstrar
amor - e com isso, tornar-se frágil diante do outro (um beijo, Freud!).
Mas a verdade é que acho que
nunca fui de muitos abraços porque não gosto de invadir o espaço de ninguém.
Sempre tive cuidado com isso. Abraço é uma coisa íntima, é muito contato, muito
corpo, muita entrega. É inclusive uma invasão, quando não é recíproco. Até o
cheiro de quem você abraça fica em você – imagina se for alguém que você não
gosta? – Eca.
Não que eu tenha medo da
entrega, só acho que nem todo mundo merece ou quer, de fato, um abraço. Já vi
abraços falsos e já os senti para comigo, deixam uma energia ruim, um peso no
corpo – deu até vontade de tomar um banho. Esses não valem a pena apenas para
ser popular.
Deixem os abraços para quem
realmente importa, para quem você realmente ama, para quem é íntimo seu. Para
quem realmente os deseja, quando vindos de você. Deixem os abraços para quem se
entrega de verdade, sem falsidade, sem disse-me-disse, sem reservas – para quem
vive este momento junto com você. Deixem os abraços para as pessoas especiais
na sua vida. Para todas as outras, mantenha a educação. Um aperto de mão e só.
É suficiente.
Abraço pouco, muito pouco,
menos até do que gostaria, mas abraço intensamente, honestamente,
completamente. Abraço a alma e deixo a minha livre, durante a entrega de um
abraço verdadeiro.
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