Hoje é dia das crianças. Uma data comercial, sem
dúvida, mas prefiro buscar algo de lúdico neste dia em vez de discutir a crise
econômica.
Como
era bom ser criança... – que difere muito de ser infantil. Tem gente que é
infantil até hoje, mesmo de cabelos grisalhos.
Ser
criança é ter espontaneidade, alegria nas pequenas coisas e urgência. É até um
pouco contraditório, pois a infância é só o começo da nossa vida, mesmo assim
tudo torna-se urgente. Urgência em brincar, em se divertir. Urgência para que
chegue as férias e em seguida a volta às aulas. Urgência em ver os antigos
amigos e fazer novos – que muitas vezes irão nos acompanhar a vida inteira.
Urgência em terminar a lição de casa para ver TV ou brincar na rua. Urgência em
ser feliz – sempre depois da tarefa feita.
Era
uma urgência responsável, muito diferente da urgência que os adultos têm hoje - a
ansiedade.
Era
uma urgência sadia, feliz. Mas nada impede que cultivemos, mesmo crescidos,
essa sensação boa de vontade de viver cada abraço, cada ente querido, cada
amigo, cada risada, cada momento feliz.
Querer ser feliz com urgência é
diferente de ansiedade para ser feliz. Primeiro vem a felicidade e depois a
urgência em vive-la plenamente. Não o contrário. O contrário é auto-sabotagem.
Portanto,
esqueça de se cobrar – deixe a ansiedade em casa. Ela pode até rimar, mas não
combina com felicidade. Liberte-se, pelo menos hoje, e viva cada momento
urgentemente, vorazmente, como uma criança que está descobrindo o mundo. Porque tal qual como a infância, os dias, sejam eles
quais forem, passam voando. E você vai se lembrar, com uma certa nostalgia, somente do
que ficou.
E
que fiquem coisas boas, espontâneas e urgentes – são essas que, no final das contas, realmente
importam.
Daniele
Van-Lume Simões
12/10/2015
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