Hoje acordei com uma notícia
triste. Um primo do meu esposo, de apenas 31 anos, faleceu de infarto
fulminante. Algo surreal, numa sociedade que está cada vez mais cuidando da
alimentação, adotando hábitos saudáveis, praticando exercícios. Mas há a
genética - difícil de controlar. E mais ainda, há o acaso.
Acaso, genética, hábitos
saudáveis, estresse... Não importa o motivo. Importa o fato. E este fato me fez
repensar muita coisa.
Como perdemos tempo fazendo
coisas que não gostamos por obrigação, no automático, e chegamos em casa
cansados, esgotados fisica e mentalmente?
Como deixamos de conversar com
as pessoas que amamos, por falta de tempo, ou de paciência?
Como nos
permitimos ser consumidos por futilidades, notícias ruins, sujeira política, em
vez de contemplar um belo pôr do sol? Ou o mar? Ou fotos antigas? Ou o rosto do
seu amor enquanto fala? A vida é mais simples. A morte, nem tanto.
Dizemos pouco que amamos,
demonstramos pouco o que sentimos, olhamos pouco nos olhos, ajudamos pouco o
semelhante, escutamos pouco quem precisa, fazemos pouco o nosso trabalho,
agradecemos pouco a Deus ou a quem quer que seja, vivemos pouco, mesmo que com 80
anos.
A quantidade de vida não está
ligada a quantidade de aniversários e sim à quantidade de momentos felizes que
vivemos durante nossa jornada. É mais simples do que podemos imaginar. Eu gosto
dessa palavra - simples. Simples e simplório não são sinônimos. Ser simples é
descomplicar, é ajudar, é fazer o que seu coração ou consciência mandam, é ser
autêntico, é ser você. Simplório é ser uma versão medíocre de si mesmo, como um
robozinho, vivendo no automático.
Viva enquanto a genética ou o
acaso permitirem. Viva de um modo simples, descomplicado, feliz. Viva
simplesmente tudo o que te importa e quando o acaso te levar, você terá tido
uma vida de verdade.
Daniele Van-Lume Simões
17/10/16
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