Nos dias atuais, é comum estarmos sempre
buscando algo ou insatisfeitos com alguma coisa. É a promoção que não veio, é a
grana que acabou antes do fim do mês, é o carro no conserto, é a balança
acusando dois quilos a mais, é o exame que não deu o resultado que gostaríamos,
é a fila do supermercado, é a quantidade de trabalho, é a TPM ou simplesmente o
tédio. Tudo é desculpa para um mau-humor constante e um resmungo diário. Ainda
mais quando estendemos esse mau-humor para as pessoas próximas. Competição de “sofrência”.
Mas HOJE eu quero celebrar a vida. Sim, a
vida. A natureza e sua plenitude, as oportunidades de trabalho, a saúde, o
almoço quentinho, o telefonema de quem amamos no meio do dia, o sentimento bom
que nutrimos por alguém e por nós mesmos, a amizade verdadeira, o sabor do
cafezinho fim de tarde, a criatividade, imaginação, a família, as pequenas
coisas e os sonhos.
Problemas todo mundo tem, nem
sempre as coisas vão bem ou como gostaríamos, afinal é muita coisa junta para
dar certo concomitantemente: família, amor, dinheiro, carreira, saúde, amigos,
realizações. É até sacanagem pedir tanta coisa a Deus de uma vez só, ou se
cobrar tanto para que tudo seja perfeito. Tudo perfeito, do jeito que queremos,
é raro. E mesmo quando tudo parece estar em ordem, muitos têm a sensação que
ainda falta algo. O ser humano é complexo, nunca se satisfaz com a plenitude
simplesmente porque não percebe que ela está relacionada à forma que você
encara a vida – mesmo com problemas. Você não precisa ter tudo para se sentir
pleno. Plenamente feliz. Perfeição e Plenitude não são a mesma coisa. Fique com
a segunda.
Quando se está com algum problema,
parece que tudo vai se desequilibrar, como uma torre de baralhos. Mas, na
verdade, é o contrário. É justamente pra equilibrar, pra que a gente não
esqueça o que realmente importa, quem importa, nossos valores, nossos
objetivos, nossa capacidade, nossos sonhos. É para que a gente não esqueça que
existe a esperança, a fé e a força interior que nutre dia após dia nossa vida e
faz com que ela tenha sentido, ainda que incompreensível às vezes. Problemas de
toda ordem existem e sempre vão existir, mas a vida é muito valiosa para que
percamos tanto tempo pensando só neles.
É por isso que HOJE eu tenho
que agradecer, muito mais do que reclamar. HOJE, eu escolhi valorizar as
dádivas que recebo e vivencio, desde as pequeninas até as grandiosas – como o
pôr do sol, por exemplo. As maiores dádivas independem de nós, basta que
tenhamos humildade para reconhecer sua grandiosidade e apreciá-las. HOJE
escolhi ter fé em Deus, em mim e nas pessoas – mesmo que esta última seja a
mais difícil de todas. HOJE escolhi aproveitar cada minuto do meu dia com bons
pensamentos, com boas ações e orações silenciosas. HOJE, escolhi a contemplação
da vida. Escolhi contemplar a minha história e me sentir plena. Escolhi
a gratidão.
As dádivas que vivenciamos
sempre serão maiores e mais significativas que qualquer problema, e por isso eu
as agradeço imensamente, no meu íntimo, numa conversa direta com Ele e comigo
mesma, e até com você, que está lendo este texto. HOJE eu consegui perceber
isso a tempo, antes do dia terminar.
Boa tarde.
Daniele Van-Lume Simões
setembro/2013, adaptado em 20/10/2016
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