terça-feira, 20 de dezembro de 2016

O Jejum e a Dieta


           Já fiz os dois. Já sofri nos dois, mas por imaturidade e vou dizer por que. O Jejum não é para trazer sofrimento e sim alívio, para a alma e espírito. Só que quando se é jovem, você se concentra na sua sensação física, na fome, e sofre por isso. Esquece o verdadeiro propósito do jejum. A dieta não, muitas vezes traz sofrimento tanto para o corpo quanto pra alma, pois além de te deixar também concentrada na fome que está sentindo, ela te deixa ansiosa em busca de um bumbum perfeito, uma barriga chapada, um corpo dos sonhos e que leva você a experimentar vários sentimentos negativos: frustração, angústia, inveja, tristeza, cobiça, raiva.
Tanto a dieta quanto o jejum funcionam sob a mesma atitude: privação de alimentos. Mas com fins muito diferentes. Enquanto a dieta tem como centro a vaidade e a busca do corpo perfeito como resultado, o jejum é baseado na purificação da alma e espírito, visando à evolução como ser humano. Você cuidar da alimentação é extremamente salutar, mas mais salutar ainda é cuidar do espírito. O jejum inclui não só privação de alimentos, mas de palavras. É preciso ouvir sua voz interior. É preciso ouvir a voz de Deus.
Quando você jejua e medita/ora/reza, você se conecta com Deus, com aquela força suprema que te faz seguir adiante e permanecer na retidão. Quando você jejua, você entende que é preciso olhar para dentro, para ter a luz que tanto almeja. Muito mais do que olhar para fora e ver uma bunda perfeita.
A barriga chapada deixa de fazer sentido no jejum, porque o que você busca é o autoconhecimento e equilíbrio para viver da melhor forma e tomar as melhores decisões. Para ser um ser humano melhor, seja no trabalho, seja na família. Para ter autocontrole físico e emocional. O jejum te faz próximo de Deus e de seu filho, Jesus Cristo. O jejum te traz a presença do Espírito Santo, quase sentida fisicamente, de tão intensa que é essa presença.
Quando você jejua, você sente sua natureza humana fortemente, pois ela é falha, faminta, frágil, fora de controle; mas que você, embora não consiga dominar totalmente seu corpo - pois uma hora você vai ter que alimentar-se - você é capaz de dominar suas atitudes e pensamentos. Você é capaz de ter disciplina, de ter fé, de ter foco. Você é capaz de passar um tempo consigo mesmo, para conseguir ouvir a voz de Deus. E sim, meus amigos, Ele fala.
Assim como existem vários tipos de dietas, também existem vários tipos de jejuns. Não estou escrevendo este texto para indicar algum, nem discorrer sobre eles, mas escrevo para alertar que nossos valores estão errados. Privamos-nos de alimentos para os fins errados.
O Jejum é praticado há milênios, as dietas surgiram há menos de dois séculos. Os antigos sabiam intuitivamente que havia diferença entre eles e muitos livros sagrados, em especial a Bíblia, fazem menção sobre este ato. Na Bíblia, o Deus encarnado, o Cristo, jejuava constantemente e orava. Jejum e oração são armas poderosas contra o mal que tenta te derrubar, todos os dias, seja por meio de um pensamento negativo, um sentimento de angústia, uma palavra dita por alguém que te magoa ou uma atitude má.
É preciso purificar-se, é preciso orar, meditar na Palavra de Deus, é preciso buscar sempre o equilíbrio, para não perder a sanidade num mundo de valores invertidos, num mundo violento e louco que estamos vivendo. Num mundo com um turbilhão de informações vazias, é preciso filtrar o que entra em nossa mente. É preciso olhar para dentro, antes de olhar para o lado e apontar o dedo. É preciso buscar a Verdade e não a verdade que te impõem. É preciso, cada vez mais, calar, pois muitas desavenças têm ocorrido devido à liberdade concedida às palavras duras. Tornou-se comum ofender, revidar, agredir. E bobo é que não o faz.
Não sou o poço da evolução e algumas vezes, revido, respondo quem me ofende. Mas não posso achar que isso é normal. Eu erro tanto quanto aquele que começou a ofender. Eu erro porque sou humana e tenho consciência disso. Mas no jejum e na oração, eu bisco me consertar com Deus e evoluir, como Ele quer que eu o faça.
E por ter essa consciência, é que buscar a evolução deve ser uma atitude constante, com seu início quando acordamos para o que realmente importa, mas que não deve ter fim. Devemos buscar melhorar sempre, não por medos impostos de algum castigo Divino, mas por nós mesmos, nossa consciência, felicidade, equilíbrio e comunhão com Deus.
Só buscando e vivenciando o equilíbrio de nossos pensamentos e ações, nem que seja por algumas horas, é que podemos experimentar a verdadeira felicidade e conhecer o Espírito de um Deus amoroso e misericordioso, que quer nos mostrar a Verdade todos os dias de nossas vidas.

Daniele van-Lume Simões   20 de dezembro de 2016 / atualizada em 11/12/2018

4 comentários:

  1. Amiga,arrumei um tempinho pra ler...rss...Olha, estamos no mesmo caminho! Impressionante como a prática do autoconhecimento nos proporciona, também, um melhor entendimento do externo e de nossa conexão com o divino. Teu texto deixa essa percepção! Adorei!
    Bjss,
    Déa.

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