segunda-feira, 17 de outubro de 2016

O que te importa?

Hoje acordei com uma notícia triste. Um primo do meu esposo, de apenas 31 anos, faleceu de infarto fulminante. Algo surreal, numa sociedade que está cada vez mais cuidando da alimentação, adotando hábitos saudáveis, praticando exercícios. Mas há a genética - difícil de controlar. E mais ainda, há o acaso.
Acaso, genética, hábitos saudáveis, estresse... Não importa o motivo. Importa o fato. E este fato me fez repensar muita coisa.
Como perdemos tempo fazendo coisas que não gostamos por obrigação, no automático, e chegamos em casa cansados, esgotados fisica e mentalmente?
Como deixamos de conversar com as pessoas que amamos, por falta de tempo, ou de paciência?
     Como nos permitimos ser consumidos por futilidades, notícias ruins, sujeira política, em vez de contemplar um belo pôr do sol? Ou o mar? Ou fotos antigas? Ou o rosto do seu amor enquanto fala? A vida é mais simples. A morte, nem tanto.
Dizemos pouco que amamos, demonstramos pouco o que sentimos, olhamos pouco nos olhos, ajudamos pouco o semelhante, escutamos pouco quem precisa, fazemos pouco o nosso trabalho, agradecemos pouco a Deus ou a quem quer que seja, vivemos pouco, mesmo que com 80 anos.
A quantidade de vida não está ligada a quantidade de aniversários e sim à quantidade de momentos felizes que vivemos durante nossa jornada. É mais simples do que podemos imaginar. Eu gosto dessa palavra - simples. Simples e simplório não são sinônimos. Ser simples é descomplicar, é ajudar, é fazer o que seu coração ou consciência mandam, é ser autêntico, é ser você. Simplório é ser uma versão medíocre de si mesmo, como um robozinho, vivendo no automático.
Viva enquanto a genética ou o acaso permitirem. Viva de um modo simples, descomplicado, feliz. Viva simplesmente tudo o que te importa e quando o acaso te levar, você terá tido uma vida de verdade.





Daniele Van-Lume Simões 
17/10/16





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